Atualmente estima-se que 4 a 10% dos pacientes que procuram otorrinolaringologista apresentam sintomas associados ao refluxo gastroesofágico (Doença do Refluxo Gastroesofágico), sendo a inflamação da laringe (laringite), causada pelo refluxo laringofaríngeo, a manifestação otorrinolaringológica mais comum. É uma inflamação crônica da laringe decorrente do refluxo do conteúdo gastroduodenal até a faringe e laringe.

Os sintomas mais comuns do paciente com refluxo são: rouquidão (disfonia), sensação de corpo estranho na garganta (globus faríngeo), tosse frequente, dor de garganta, mau hálito e sensação de secreção constante na garganta. De maneira geral, os pacientes com refluxo laringofaríngeo não apresentam os sintomas clássicos do paciente com refluxo gastroesofágico, como regurgitação e queimação no peito (retroesternal).

O diagnóstico é feito através da história clínica, exame físico e exame de nasofibrolaringoscopia (ou laringoscopia). Em alguns casos, pode ser necessário a realização de endoscopia digestiva ou pHmetria de 24 horas.

O tratamento é realizado através de dieta (lista abaixo), mudanças nos hábitos de vida e uso de medicamentos, como procinéticos ou inibidores da bomba de prótons.

Seguem abaixo as orientações de dieta e hábitos de vida para pacientes com refluxo (laringofaríngeo):

  • Não se alimentar nas 2-3 horas antes de se deitar
  • Evitar bebidas alcoólicas
  • Comer pequenas refeições, várias vezes ao dia, mastigando bem.
  • Perder peso
  • Parar de fumar
  • Evitar frituras em geral (pastéis, batata frita, coxinhas, etc.) e alimentos naturalmente gordurosos (abacate, castanhas, carnes gordas). Eles retardam a digestão e podem provocar refluxo.
  • Prefira o leite desnatado ao integral, assim como queijos brancos aos amarelos;
  • Evite o consumo de café, refrigerantes, chocolate, chá mate e chá preto, pois induzem a secreção ácida. Prefira os chás de camomila, erva-doce, erva-cidreira, melissa.
  • Evite comer alimentos muito temperados, apimentados e ácidos (vinagre, pimenta, molho inglês, extrato de tomate, ketchup, mostarda, molho tártaro, caldos concentrados, pimenta-do-reino, noz-moscada, páprica, cravo-da-índia, entre outros).
  • Observe se o consumo de frutas ácidas (laranja, tangerina, limão, abacaxi, maracujá, acerola) lhe causa algum desconforto. Caso sinta dores no estômago após comê-las, procure substituí-las por frutas menos ácidas (banana, mamão, melancia, etc.). Caso não tenha nenhum problema, pode comê-las normalmente.
  • Prefira as carnes assadas, grelhadas ou cozidas, retirando a gordura visível. Retire a pele do frango.
  • Evite bebidas gasosas, como refrigerantes e água gasosa, pois irritam a parede do estômago.
  • Evite deitar após as refeições, para não aumentar a compressão do esôfago e estômago.
  • Evite doces concentrados em açúcar, como goiabada, doce de leite, cocada, geléias, dentre outros.
  • Beba bastante água durante o dia, mas dê um espaço de uma hora antes e uma hora depois do almoço e jantar.
  • O leite, em jejum, deve ser evitado, pois após o alívio que causa, haverá maior produção de ácido no estômago. Jamais tome leite de estômago vazio.
  • Procure elevar a posição do leito ao deitar-se, colocando a cabeça mais alta que os pés.
  • Exercícios físicos ajudam a diminuir a ansiedade e o estresse. Portanto, escolha um exercício de sua preferência.
  • Evite pepino, tomate, couve, couve-flor, brócolis, repolho, pimentão, nabo, rabanete.
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